Views: 11
Evento
Artivism as a tool for transforming the Brazilian colonial psyche [Dissertação de mestrado]
18 de marzo
16 : 30
Resumo
Apresentação e defesa da Dissertação de Mestrado de Júlia Ribeiro Péret, apresentada ao Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade, do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos, da Universidade Federal da Bahia, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestra em Cultura e Sociedade. Orientador: Prof. Dr. Leandro Colling Co-orientador: Prof. Dr. Pablo Pérez Navarro RESUMO Artivismo como ferramenta de transformação da psique colonial brasileira Com base na teoria dos Complexos Culturais pensada por Singer e Kimbles (2004), a partir da teoria dos complexos de C. G. Jung, esta dissertação investiga de que forma as narrativas evocadas pelos artivismos das artistas Camila Schindler, Ianah Maia, Lina Herrera (Nativa Ilustra) e Yacunã Tuxá tencionam o que é chamado aqui de complexo colonial (Boff, 2016; Boechat, 2018). Por se tratar de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, a metodologia utilizada é baseada na sensibilidade analítica da interseccionalidade (Akotirene, 2019), dos saberes localizados (Haraway, 2009) e da proposta de metodologia decolonial tecida por María Lugones (2018), que prezam pela coalizão de saberes e pelo compromisso com os conhecimentos ‘subjugados’. A dissertação traz a Psicologia Analítica para a arena dos debates contemporâneos na tentativa de ampliar a discussão entre indivíduo-grupo-sociedade à luz da teoria dos complexos culturais e ampliar as discussões que envolvem Arte, Psicologia e Política. Posto isso, o segundo capítulo desta dissertação se dedica a explicar: 1) uma breve introdução sobre a teoria Analítica de C. G. Jung; 2) a explicação do que são os Complexos Culturais; 3) o que é o complexo colonial; 4) a atuação do complexo colonial e seus impactos na saúde mental; 5) a opção decolonial e a arte e 6) a relação entre psique e artivismo decolonial. O terceiro capítulo aprofunda na relação entre psique-imagem-arte apresentadas no segundo para no final argumentar a favor das intervenções visuais no território. O capítulo aparece dividido em duas partes: ‘De dentro para fora’ e ‘De fora para dentro’. A primeira parte se refere aos processos intrapsíquicos relacionados à produção de imagem que independem de um estímulo visual e aos processos subjetivos que vivemos quando estamos diante das imagens, além de trazer uma seção sobre aesthesis decolonial como proposta por Walter Mignolo (2010), em diálogo com outros autores como Enrique Dussel (2021, 2022), Adolfo Achinte (2014) e Rolando Vazquez (2016). A segunda parte do capítulo dá destaque aos processos de percepção visual e intervenção no território, através dos quais proponho um diálogo entre direito à cidade (Lefebvre, 2001; Harvey, 2012) e Arte Pública (Alves, 2008). No quarto capítulo desta dissertação dialogo com as quatro multiartistas abertamente feministas, anti-capitalistas, antirracistas, anti-LGBTfobia, profundamente comprometidas com a preservação ambiental, e que incorporam em seus trabalhos expressões decoloniais. Alguns dos aspectos encontrados nas obras foram: um compromisso com o resgate de memórias e modos de vida pré-coloniais; a localização da branquitude como inimigo a ser combatido; o rompimento com imagens estereotipadas que aprisionam a mulher não-branca em narrativas desumanizantes; a preocupação com a preservação ambiental e a crise climática; a valorização e o protagonismo das mulheres não-brancas na preservação e valorização dos territórios abordados. Palavras-chave: Artivismo; Decolonial; Complexo Cultural; C. G. Jung; Psicologia. ABSTRACT Artivism as a tool for transforming the Brazilian colonial psyche Based not only on Cultural Complexes' theory conceived by Singer and Kimbles (2004), but also on C. G. Jung's theory of complexes, this dissertation investigates how the narratives evoked by the art activism of artists Camila Schindler, Ianah Maia, Lina Herrera (Nativa Ilustra) and Yacunã Tuxá addresses what we refer here as the colonial complex (Boff, 2016; Boechat, 2018). As this is exploratory qualitative research, the methodology used is based on the analytical sensitivity of intersectionality (Akotirene, 2019), localized knowledges (Haraway, 2009) and the decolonial methodology proposed by María Lugones (2018), which values the coalition of knowledges and commitment to 'subjugated' knowledges. The dissertation brings Analytical Psychology into the arena of contemporary debates in an attempt to broaden the discussion between individual-group-society in the light of the theory of cultural complexes and broaden discussions involving Art, Psychology and Politics. That being said, the second chapter of this dissertation is dedicated to explaining: 1) a brief introduction to C. G. Jung's analytical theory; 2) an explanation of what Cultural Complexes are; 3) what the colonial complex is; 4) the action of the colonial complex and its impact on mental health; 5) the decolonial option and art and 6) the relationship between the psyche and decolonial artivism. The third chapter delves deeper into the relationship between psyche-image-art presented in the second chapter to argue in favor of visual interventions in the territory. The chapter is divided into two parts: 'From the inside out' and 'From the outside in'. The first part refers to the intrapsychic processes related to image production that are independent of a visual stimulus and to the subjective processes we experience when we are in front of images, as well as a section on decolonial aesthesis as proposed by Walter Mignolo (2010), in dialogue with other authors such as Enrique Dussel (2021, 2022), Adolfo Achinte (2014) and Rolando Vazquez (2016). The second part of the chapter highlights the processes of visual perception and intervention in the territory, through which I propose a dialog between the right to the city (Lefebvre, 2001; Harvey, 2012) and Public Art (Alves, 2008). In the fourth chapter of this dissertation, I discuss the four multi-artists who are openly feminist, anti-capitalist, anti-racist, anti-LGBTphobic, deeply committed to environmental preservation, and who embody decolonial expressions in their work. Some of the aspects found in the works were: a commitment to the recovery of pre-colonial memories and ways of life; the location of whiteness as an enemy to be fought; the break with stereotyped images that imprison non-white women in dehumanizing narratives; concern for environmental preservation and the climate crisis; the valorization and protagonism of non-white women in the preservation and valorization of the territories addressed. Keywords: Artivism; Decolonial; Cultural Complex; C. G. Jung; Psychology.